sábado, 7 de octubre de 2017

Cuanto cuesta ser Caxias ! Por el Gral. Gleuber Vieira

QUANTO CUSTA SER CAXIAS! DEZ ANOS

Escrito por Gen Ex Gleuber Vieira

Ao longo desses vinte anos em que participo do esforço para aglutinar os Oficiais da Reserva Não-Remunerada do Exército Brasileiro em torno dos princípios, valores e atributos aprendidos ou incrementados na caserna, recebi e difundi as ordens do dia de todos os Ministros e Comandantes do Exército referentes a comemorações de datas militares importantes. Há dez anos, no Dia do Soldado, o Comandante do Exército, General Gleuber Vieira, escreveu uma das mais expressivas mensagens sobre Caxias e seus Soldados. Naquela oportunidade, o ilustre chefe militar nos brindou com um texto que considero perfeito, eis que preciso, corajoso e definitivo. Suas palavras - e atitudes - marcaram várias gerações de militares. Decorrida uma década, ainda recordo com emoção aquele 25 de agosto de 2001, quando no pátio do CPOR/RJ, comandando uma Guarda de Honra ao busto do heróico Major R/2 Apollo Miguel Rezk, pude sentir a intensa e crescente vibração de toda a tropa durante a leitura da referida ordem do dia.
Como presidente do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil presto a homenagem da oficialidade da Reservaaos bravos soldados do Brasil, relembrando a inesquecível  mensagem do General Gleuber Vieira, tão sábia quanto atual.


Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2011
Sérgio Pinto Monteiro - 2º Ten R/2 Art
Presidente do CNOR
 Leia a seguir...
 


QUANTO CUSTA SER CAXIAS!

Caxias, assim foi chamado Luiz Alves de Lima e Silva quando, no Maranhão, pacificou a Balaiada. Duque de Caxias foi a titulação que recebeu quando retornou da Campanha da Tríplice Aliança. Por três vezes presidente do Conselho de Ministros, presidente de duas províncias e senador do Império, Caxias, marechal do Exército Brasileiro, não foi um personagem eventual e transitório em nossa História. Honrado cidadão, notável chefe militar e acatado estadista, transcendeu todos os títulos justamente recebidos. Personificou o Pacificador e Unificador da Pátria. Encarnou o herói do Império. Projetou sua luminosa presença à República por nascer. Praticou coragem e prudência revestidas de bondade. Galvanizou pelo exemplo. Austero e simples, inspirou e demonstrou lealdade, desprendimento, disciplina e responsabilidade. Sua espada invencível brilhou na altivez da autoridade que não constrange, na temperança que permeia graves decisões e na disposição férrea para, fiel a si mesmo, não transigir com a indisciplina. Conclamou e corrigiu, compreendeu, orientou e perdoou. Chefiou, liderou e conquistou sem possuir, desviando-se das luzes do sucesso e do poder que seduzem o homem comum. Seus ensinamentos sobrevivem para os cidadãos de todos os tempos. Sua obra persiste no caldeamento e unificação do contexto nacional heterogêneo.

Inspira competentes quadros profissionais e acompanha a família militar nas movimentações constantes, na rusticidade e nos sacrifícios da vida castrense. Ainda presente, Caxias vibra com a excelência do trabalho dessa gente, da ativa e da reserva, que não desveste a farda, mantendo a lealdade em todos os sentidos, a camaradagem e o espírito de cumprimento de missão. Seus soldados representam todos os segmentos sociais, preservam o respeito e a admiração dos brasileiros pelo Exército. O soldado sabe quanto custa ser um Caxias, que, por força de lei e dever de ofício, se necessário dispõe da própria vida para sobrepor os interesses maiores da Pátria às pequenas vontades e ambições pessoais. Custa exercitar lealdade, ética, espírito público, dignidade e amor incondicional ao Brasil, virtudes tão escassas nos dias que correm. Custa testemunhar as distorções e caricaturas que apresentam da hierarquia e da disciplina, para acobertar irresponsabilidade ou omissão. Custa admitir que reivindicações e críticas se façam sob o anonimato, escondendo a verdadeira face, como que festejando a rebeldia agressiva.

Custa ser Caxias quando se assiste à perversa inversão de valores em um regime de liberdades no qual só os direitos existiriam e os deveres seriam postergados; quando há quem maximize e orquestre defeitos alheios, mascarando e justificando suas próprias intenções e vilanias; quando se vê a tentativa de degradação da justiça e as ameaças às estruturas constituídas. Custa, ainda, ver os valores que você preserva, constante e irresponsavelmente apresentados como apanágio de alguns cidadãos que falsamente se arrogam progressistas, patriotas e desprendidos, mas que, em verdade, comercializam e barganham ardilosas e escusas pretensões; acobertam-se em conveniências pessoais, escondidos em títulos, valendo-se até da investidura da autoridade que exercem.

Custa ser Caxias quando presenciamos nossa Instituição, responsável constitucionalmente pela garantia da lei e da ordem, ser atingida pelos que têm o dever de fiscalizar o cumprimento dos preceitos legais, sob a busca insensata de efeitos de mídia. Custa ser Caxias quando vemos o uso arbitrário da informação de interesse público, que denuncia, apura, julga e condena pessoas e instituições à sombra de um maniqueismo cego, negando, em nome de um passado recente, o espírito de pacificação que, inspirado em nosso patrono, se propôs à Nação. Custa ser Caxias, sim, quando a violência pode ameaçar a segurança e a paz social, enaltecer e favorecer ladinos, entronizar espertos e constranger virtuosos cidadãos.

Porque a violência manifesta-se, muitas vezes, sem o desembainhar de sabres. Ela vem sob a cobertura de causas nobres, em cujo abrigo muitos pregam e praticam a agressão à lei e à ordem constituída, ao arrepio dos interesses nacionais. Vem, ainda, no abuso da força, na utilização da palavra que dilapida e injuria, na deletéria corrupção dos padrões éticos, na destruição dos laços sagrados de cultura, nacionalidade e tradição, na cômoda atitude da ignorância contemplativa e não comprometedora que perverte e anestesia a sociedade.

Para ser Caxias é necessário, realmente, amar a Pátria brasileira, estar moralmente amparado, corajosamente disposto e fraternalmente envolvido com o próximo e com a sociedade. Porque é preciso zelar e manter, com honradez e dignidade, em sua esfera de atribuições, a ordem, a segurança e a paz ; obrigação de todos.

Soldado de meu Exército, você é Caxias. Orgulhe-se de sê-lo.

(25 de agosto de 2001)

Gen Ex Gleuber Vieira
Comandante do Exército


Fuente: "Sangre Verde Oliva " Brasil


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